A ironia de uma artista incompreendido

Os Vertical Horizon têm, provavelmente, um dos melhores vocalistas/letristas que a indústria musical americana produziu na decada de 90. Facto inversamente propocional ao reconhecimento que teve.

Formados em 1991 por Matthew Scannell e Keith Kane, os Vertical Horizon não são, propriamente, uma banda desconhecida. Com seis álbuns lançados, o último dos quais em 2009 ("Burning the days"), a banda de Washington D.C. só atingiu o sucesso com "Everything you want", lançado em 1999. No entanto, a sua vertente musical fortemente influenciada por raízes pop-rock fez com que o talento de Matt Scannell enquanto letrista ficasse camuflado por um estilo musical demasiado "comum".

De sonoridade suave, agradável e simples, talvez demasiado simples, os Vertical Horizon nunca atingiram o estatuto de superstars, ficando sempre pelo patamar de óptima banda mas igual a tantas outras.

No meio disto tudo está Matt. Ar pálido, humilde, de bom rapaz. Jeito para a guitarra e uma voz brilhante. Pela afinação, pela suavidade e musicalidade. Letrista de coração. Nota-se. Contraste absoluto com a simplicidade do instrumental. Poético mas, ao mesmo tempo, objectivo e claro. Um talento "perdido" no meio do comum.


Cavaco dá o nó?

O casamento gay foi das poucas coisas que saiu a ganhar com a tão falada crise.

O nosso excelentíssimo Presidente da República aceitou promulgar a união entrem pessoas do mesmo sexo "para evitar mais problemas face à dramática situação em que o país se encontra".

"Face à grave crise que o país atravessa e aos complexos desafios que tem à sua frente, importa promover a união dos portugueses e não dividi-los, adoptar uma estratégia de compromisso e não de ruptura".

Ah, grande Cavaco!

No meio de tudo isto, destaque para a capa do jornal Metro de hoje. Está bonita, gráfica e extremamente engraçada? Está sim senhor. Digna de um jornal que se diz sério e profissional? Tenho dúvidas.

Coisas que fazem sentido

Uma esplanada no verão faz sentido
Uma noitada com os amigos faz sentido
Uma coca-cola com gelo e limão faz sentido
Um concerto da nossa banda favorita faz sentido
Viajar faz sentido
Aquela pessoa especial faz sentido
Uma brisa fresca quando o tempo está quente faz sentido
Beijar faz sentido
A família faz sentido
Gritar de felicidade faz sentido
Chorar quando nos apetece faz sentido
Música nas alturas faz sentido
Pipocas a acompanhar um filme faz sentido
Gostar de alguém só porque sim faz sentido
Sonhar ser rico faz sentido
Desejar alguém faz sentido
Gritar um golo no último minuto faz sentido
Preferir melhor tempo a mais tempo faz sentido
Gostar de doces faz sentido
Querer sempre mais faz sentido
Fazer primeiro e pensar depois faz sentido
Ter saudades de fotografias em papel faz sentido
Revermo-nos em alguém faz sentido
Querer mudar algo em nós faz sentido
Dar valor ao fim-de-semana faz sentido
Apercebermo-nos de vez em quando que devemos aproveitar cada minuto faz sentido

Algum arrependimento

Às vezes penso porque raio é que não fiz Erasmus...

Coisas que só os cães podem fazer

Lógica da conclusão perante a consequência

Será que a Kim Raver está disponível para um cafézito?

Em bom português

Gosto de música. Gosto de tocar. Gosto de escrever. Com a formação da nova banda tenho tentado escrever em português.

Porque raio é que tudo me soa parolo?

Uma questão de cálculo


O conceito do blogue

Com a banalização e uso intensivo das redes sociais, o conceito de blogue tem, a pouco e pouco, vindo a perder alguma popularidade.

Normal.

O maior imediatismo e a facilidade no cruzamento dos "posts" dá uma vantagem às redes sociais que o conceito de Blogue não consegue acompanhar. A partilha de informação em massa entre os utilizadores do popularíssimo Facebook obriga, de certa forma, a uma quebra na paciência dispendida na digitação do endereço do blogue e leitura de linhas sem fim de opiniões e desabafos.

Correcto? Factual e friamente sim, conceptualmente não.

Se por um lado gosto da partilha de informação constante possibilitada pelas redes sociais e que me permite estar a par de tudo e todos, gosto também, e talvez até mais, da partilha de informação mais pensada e desenvolvida fruto da mente individual de cada um e que nos permite pensar e, por vezes até, sentirmo-nos identificados.

Para entendermos os blogues estabelecendo uma comparação com as redes sociais, precisamos de perceber que num blogue não há partilha de informação fria e momentânea. É uma partilha desenvolvida, pensada, mais fundamentada, contextualizada e identificativa. É uma troca de experiências, opiniões e vivências que, aqui e ali, nos permitem perceber imensas coisas. Desde descobrirmos que existem pessoas que pensam o mesmo que nós, a percebermos que outros pontos de vista podem, também, fazer sentido.

No fundo é um contraste entre o "onde estou", "que estou a fazer", "como me sinto hoje" dos Twitters e Facebooks com o "eu penso que isto deveria ser assim", "acho que isto está óptimo deste modo e porquê", "a minha experiência fez-me perceber que", e isso só é possível com o espaço que as longas linhas do blogue permitem.

As redes sociais estão aí para durar, e confesso que acredito que o conceito de partilha instantânea da informação é a base da comunicação presente e futura (constatação óbvia), mas daí a dizer que os blogues estão em desvantagem para com essas mesmas redes, não posso concordar.

Este post surgiu de uma pequena discussão com um amigo que insistia na "descontinuação dos blogues a favor das redes sociais".