Estou a imaginar o Criador, sentado na sua poltrona de pele, a afagar um gato com a mão direita e a coçar o queixo com a esquerda. "Vou criar o Homem", pensou. Levantou-se, pousou o gato no chão, ajeitou as cuecas e ergueu as mãos. Fechou os olhos, um clarão e pronto. Homem criado.
Mas faltava algo. "O que?", pensou o Criador, preocupado com a possível banalidade da sua obra. "Já sei! Aos dentes que este ser tem na boca, vou juntar mais 4, que não servem para absolutamente nada a não ser criar dores insuportáveis na boca por volta dos 20 anos e que terão de ser removidos um profissional de medicina dentária."
Deus quer, a obra nasce.